De repente, cabelos que entravam nos salões de beleza encaracolados, cacheados – ou, até mesmo, “sem definição” –, deles saíam completamente lisos, aparentemente sedosos e brilhantes. E, em se tratando de um assunto pelo qual o público feminino – principalmente – tem um interesse mais que legítimo, não havia “indiferença” nem “discrição” que levassem a curiosidade a se fazer de rogada: ante um “antes” e um “depois” tão diferentes, as adeptas à novidade eram bombardeadas por perguntas advindas das novas interessadas, querendo saber qual o “milagre” realizado naquele cabelo, se este se tratava ou não de um feito definitivo, quanto custara, qual o local onde fora feito, etc.
Em pouco tempo, a moda dos cabelos cedia ao alisamento em massa, e a escova progressiva se tornara um grande fenômeno. Bastava fazer a primeira progressiva para constatar que, alem da questão estética, desfrutava-se também a facilidade quanto a arrumar os cabelos no dia a dia, sem dificuldades para desembaraÇar/pentear os fios, sem a necessidade de enchê-los de cremes, musses ou géis, etc.
Com tantos benefícios práticos, o alcance da divulgação acerca da progressiva foi ficando cada vez maior; sua oferta chegou também aos pequenos salões de bairros, onde o valor cobrado pelo alisamento era menor – se comparado aos médios e grandes centros de estética. Isto, por sua vez, facilitou a adesão de inúmeras mulheres que, de outro modo, encontrariam muitas dificuldades financeiras para experimentar a tal novidade. E, nesta verdadeira febre da progressiva, as clientes deixaram de se lançar uma questão cuja importância ia (vai) além da beleza ou da despesa para realizá-la: “cabelos lisos, bonitos e práticos”, mas a que custo?…
Sempre vale lembrar que, de acordo com a Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), a quantidade de formol que pode ser aplicada em cosméticos – xampus e condicionadores, por exemplo – é de 0,2%. Porém, nesta porcentagem permitida, a utilização do formol não é capaz de obter como resultado o alisamento das madeixas. Assim, os produtos utilizados nas progressivas estão em conformidade com o quê?…
Na grande mídia, casos graves acabaram sendo divulgados e com certa frequência. As reportagens apresentavam os depoimentos de mulheres cujos cabelos caíram, que se intoxicaram ao respirar os vapores liberados pela substância, ou com o couro cabeludo queimado. Matérias especiais foram elaboradas por jornais e revistas eletrônicas no proposito de esclarecer a população interessada, sem contar todos os outros meios de comunicação por intermédio dos quais os alertas se propagaram, chegando a ser publicada a resolução que proíbe a comercialização do formol em estabelecimentos como drogarias, farmácias, supermercados, empórios, lojas de conveniências e drugstores.
De acordo com a ANVISA, além de causar a queda dos cabelos, as reações do uso do formol podem ser:
Não à toa, o formol é considerado cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Quando absorvido pelo organismo por inalação e, principalmente, pela exposição prolongada, apresenta como risco o aparecimento de câncer na boca, nas narinas, no pulmão, no sangue e na cabeça(ANVISA).
“Faço a progressiva desde que a novidade surgiu e nunca tive nenhuma reação. Se não tenho qualquer reação, qual o problema de continuar fazendo a progressiva, se ela deixa os cabelos lisos e bonitos?…”
Esta é, certamente, uma questão a respeito da qual muita gente se põe a pensar. E muitos, ainda, pertencem àquele grupo de pessoas que sempre acha que, com elas próprias, isto ou aquilo nunca acontecerá.
O fato é que, em se considerando somente a questão da “beleza” do cabelo, o que se tem, na verdade, é uma “ilusão” quanto ao resultado que a técnica apresenta. Em outras palavras, é como se fosse aplicada uma “maquiagem” nos fios, que, devido à “conservação” do formol (utilizado em biópsias, a fim de impedir a degradação de um corpo antes da análise), permanecem sob um determinado aspecto por cerca de quatro a dez semanas. E, tal qual a maquiagem, que pode ser utilizada para “disfarçar” determinadas imperfeições da pele que ninguém nota, sob a aparência dos cabelos “lisos, bonitos e brilhantes” escondem-se fios que estão prejudicados.
Para entender melhor o porquê disso, basta se ter em mente que, para realizar a progressiva, utiliza-se um xampu de limpeza profunda cuja função é abrir as escamas capilares, retirar os sais minerais e deixar o formol atuar, quebrando as cadeias e fibras internas dos fios, diminuindo, assim, o volume do cabelo. Portanto, o formol destrói as moléculas que formam o fio, criando uma capa que “encobre” os estragos internos. Sem flexibilidade, os fios se partem, e aquele aspecto de muitos fios mais curtos em torno da cabeça, que muitas clientes creem corresponderem aos “fios novos”, ao “cabelo que está crescendo”, é, na verdade, o cabelo danificado (que se partiu) com o excesso da química. Além disso, a oleosidade do couro cabeludo aumenta, pois esta “capa” não permite que o óleo natural dos cabelos escorra pelos fios. Assim, até mesmo aquele brilho que se verifica nos cabelos não deve ser assimilado como um indício de que eles estejam saudáveis: acontece que, junto ao formol, misturam-se também alguns hidratantes. Tais produtos dão a impressão de que as madeixas estariam hidratadas justamente em razão do brilho que deixam nos fios. Porém, aí também entra um raciocínio bastante lógico, que desmistifica a ideia de que a progressiva “hidrataria” os cabelos: como a progressiva poderia hidratar os cabelos, se ela sela o fio, impedindo até mesmo que a própria água possa ser absorvida por ele?…
Assim, se o próprio cabelo (para o qual a atuação da progressiva deveria contribuir) não é beneficiado pela técnica, que outra razão haveria para que ainda lhe fosse dada alguma continuidade?… O que acontece em relação à progressiva é que, para modificar a forma das madeixas (de encaracoladas/cacheadas para lisas), é necessário que um certo numero de ligações de dissulfeto seja alterado.
Em contato com o alisante, as cutículas do cabelo se abrem, e o formol forma uma espécie de “filme endurecedor” ao longo dos fios, impermeabilizando-os e mantendo-os rígidos e lisos.
Porém, uma vez que as ligações de enxofre são rompidas, o cabelo se debilita, podendo quebrar em decorrência de atos simples que, para ele, tornam-se “traumáticos”, como, por exemplo, o próprio fato de penteá-lo ai você imagina que, se pra pentear acontece isso imagina após uma super descoloração ou coloração?
Ta aí o grande fato e o principal motivo no qual eu não faço isso no cabelo de ninguém, minhas clientes sabem disso e eu aviso cada pessoa que aparece no Ateliê. Meninas coloquem na cabeça de vocês que isso mata, e eu Amanda Barbeito não faria nada pra matar uma pessoa. Então não tem nada pra substituir a progressiva, o que temos é a selagem que ajuda a nutrir e manter o cabelo bonito INDEPENDENTEMENTE da forma! Cacheado pode ser bonito e o crespo mais ainda. Essa é minha visão, e espero que vocês tenham entendido, e não me perguntem mais o motivo pra eu ser contra que eu vou dizer pra vocês lerem o post tá?
Fiz com muito carinho pra vocês entenderem um pouquinho e pra saberem explicar quando alguém perguntar a respeito.
Até a próxima pessoal! Um beijo da Mandi <3
Ótimo post Amanda qual selagem vc usa no seu salão estou interessada em fazer??
ResponderExcluirTbm quero saber qual selagem
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